sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Esta é também a minha perspectiva da maternidade...


Diga adeus à supermãe

01 | 09 | 2011   20.34H
Isabel Stilwell | editorial@destak.pt
Queremos ser tudo ao mesmo tempo, as melhores das mães e as mais competentes e criativas das profissionais, e a verdade é que conseguimos resultados excelentes neste malabarismo extraordinário. Se lhe somarmos ainda o desejo de sermos as melhores das filhas, amigas, cunhadas, amantíssimas esposas, e tudo o mais de que se pode lembrar, é fácil de entender porque é que a maioria de nós estamos à beira de um ataque de nervos.
Apesar de todas as revoluções culturais, a verdade é que crescemos a ouvir dizer que os filhos sofrem quando as mães têm uma “carreira”, e as mães acabam por viver inundadas de culpa perante essa possibilidade. No regresso às aulas, quando o ritmo de trabalho e de escola se intensifica de novo, é natural que já estejam a sentir o ácido no estômago, enquanto desenham horários impossíveis em folhas de Excell.
Foi a pensar nelas que Katrina Leupp, uma socióloga da Universidade de Washington, fez um estudo sobre as Supermães, citado pela revista Time. Inquiriu 1.600 mães, algumas trabalhavam e outras ficavam em casa, para concluir que “as mulheres empregadas têm níveis mais altos de saúde mental do que as que ficam em casa com os filhos, mas que aquelas que rejeitaram o mito da Supermãe têm menos sintomas de depressão do que aquelas que ainda perseguem esse desejo de serem tudo, em todo o lado”. Mas a socióloga releva um ponto: conta muito o facto de se gostar realmente daquilo que se faz profissionalmente.
O fundamental, argumenta, é que a mulher tenha a consciência de que todas as escolhas têm uma consequência, que deve ser avaliada antes da opção tomada, e aceite. “Se imagina que pode ter o pacote tudo, desiluda-se. Ter consciência de que pode ter quase tudo, é muito mais sensato”, diz Katrina Leupp. Consolação? Alguma, mas nunca completa porque, de facto, o que queremos é ter tudo, suportando mal a ideia de que uma escolha nossa possa ter uma qualquer repercussão negativa nos nossos filhos. Vai decididamente levar tempo a livrarmo-nos do fato de supermães, de supermulheres, mas temos de ir tentando...

3 comentários:

  1. Concordo, é bem verdade, Já tinha saudades de te ler Rute :) Ainda bem que as férias foram boas. Beijinhos

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  2. Todos nós ambicionamos ser o máximo em tudo, e conseguimos basta dar tudo o que conseguimos dar, tudo o que temos no coração...assim seremos sempre melhores. beijos nossos

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  3. Obrigada Cláudia pelo teu comentário carinhoso! Beijinhos grandes!
    Tens razão Patrícia, não nos podemos é sentir "culpa" quando não conseguimos ter sucesso em tudo que nos propomos fazer... sob pena de a felicidade que conseguimos atingir em determinadas áreas da nossa vida ser afectada pela "frustração" daquelas que não conseguimos atingir... Beijos grandes também nossos!

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